Como seres humanos, nos reconhecemos como pessoa e nos organizamos em sociedade por meio da interação social. Portanto, durante períodos de isolamento, o mal estar psicológico pode se instalar, fragilizando nossa capacidade de adaptação e reação ao estresse do confinamento, produzindo respostas fisiológicas e emocionais que podem impactar nosso sistema imunológico e a condição de equilíbrio mental para enfrentamento de situações adversas.
Trouxemos esse conteúdo desenvolvido pelo psicanalista Marcos Wagner em conjunto com a psicóloga, Karoline Paiva, com sugestões que possam minimizar os efeitos da nova rotina que se estabelece mundialmente no contexto da pandemia do novo coronavírus.
Procure evitar: Excesso de Informações Desnecessárias
Informação em excesso pode gerar ANSIEDADE!
- * Procure assistir noticiários apenas uma vez ao dia.
Geralmente a edição da manhã é capaz consolidar tudo o que precisamos saber para ficarmos atualizados.
- * Não caia na armadilha da hiperinformação e no excesso angustiante de informações falsas ou exageradas. Essas ações podem te levar a um estado mental de constante alerta, prejudicando o relaxamento e capacidade de discernimento.
Lembre-se: Você tem condições de filtrar conteúdos e impor limites quanto a sua exposição a informações que alterem seu estado de humor.
Procure evitar: Pensamentos Vitimistas
A vitimização distorce a REALIDADE!
Estar isolado não é uma punição e sim uma preservação e contribuição para o bem comum.
Permanecer em casa por alguns dias é necessário, mas não é uma condição definitiva.
Em breve, voltaremos a circular pelas ruas.
Lembre-se: Você tem condições de ressignificar o momento atual e dar a sua contribuição.
Procure evitar: Solidão como percepção de Abandono
Sentir a solidão do isolamento devido a pandemia pode ser constante!
A solitude é um estado desejável de privacidade que permite a reflexão e a subjetivação pessoal, mas a solidão pode produzir tristeza em excesso e potencializar traços depressivos inerentes a cada pessoa.
Procure utilizar recursos como a tecnologia para manter-se conectada com a vida e com pessoas que você estima.
Se possível, una-se aos seus familiares e amigos, promovendo boas conversas por meio de videochamadas, telefonemas ou mensagens.
Lembre-se: Você tem condições de se fazer presente ainda que fisicamente longe ou apartado de seu grupo social.
Procure evitar: Pessimismo como padrão pensamento
O pessimismo pode impedir a percepção de NOVOS CENÁRIOS!
Quando estamos amargurados, nosso mundo interior fica embrutecido e nossas reações e comportamentos podem se revelar de forma destrutiva, ferindo aqueles que estão à nossa volta e nos impedindo de enxergar soluções.
Lembre-se: Você tem condições de pensar diferente a fim de aliviar as dores produzidas pelo momento atual.
Permita-se.
Procure evitar: Não fazer nada
A inatividade pode produzir DESANIMO!
Se o ócio não for criativo, pode conduzir a um estado de letargia existencial.
Encontre nas atividades manuais e nas atividades físicas que possam ser executadas em casa um meio para aliviar desconfortos e para preencher o tempo.
Lembre-se: Você pode manter-se ativa e produtiva, mesmo estando em casa. Veja se exercitar-se ajuda a aliviar a tensão do isolamento.
Procure evitar: Uma agenda sem compromissos
Estabelecer uma rotina diária pode ajudar realização de PROPÓSITOS!
Para muitas pessoas, trabalhar em regime de home office, pode ser uma experiência nova e eventualmente não prazerosa.
Essa nova realidade, ainda que temporária, pode desorganizar a rotina diária e produzir algum tipo de insegurança ou angústia.
Procure organizar seu tempo, incluindo períodos voltados a sua atividade profissional. Respeite intervalos como o almoço, pausas para o café e término de expediente.
Se possível abra mão do tempo livre! Leia, interaja com outras pessoas e procure descansar!
Lembre-se: Gerencie sua agenda, considerando o momento atual sem perder de vista seus propósitos mais elevados.
Procure evitar: Viver numa perspectiva meramente Individualista
Considere as regras para um bom convívio COLETIVO!
Podemos estar dividindo nosso espaço de confinamento com outras pessoas no núcleo familiar.
Sua individualidade é importante, mas a dimensão coletiva
Precisa ser considerada.
É importante que todos tomem consciência das dificuldades atuais, exercitando empatia, firmando acordos e regras de convívio, e buscando um elevado espírito de colaboração e apoio mútuo, podendo tornar a vida agradável durante esse período.
Lembre-se: Você poder ter condições de dividir espaços, aceitar rotinas e propor acordos visando a coletividade e a unidade.
Procure evitar: Não visibilizar as “minorias”
Considere a realidade da DIVERSIDADE!
Procure evitar: Observar uma única perspectiva
Crianças, idosos e pessoas com deficiências, pessoas com baixa imunidade e doenças crônicas precisam ser ouvidas e priorizadas, pois tem perspectivas e necessidades peculiares.
Conversar, escutar, compreender e estabelecer rotina solidiária inclusiva é importante para que as limitações impostas pela pandemia possam ser assimiladas e seguidas.
Procure adaptar as restrições diminuindo a sensação de perda e impedimento.
Lembre-se: Você tem condições de explicitar os motivos das limitações e alterações de rotina, minimizando sentimentos negativos em relação ao novo contexto.
Podemos enfrentar esse tempo com consciência, inteligência e empatia!
Fonte: Material disponibilizado por Marcos Wagner e Karoline Paiva